quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Dicas ENEM: como é calculada a nota do Exame

A partir de erros e acertos em provas anteriores do exame é possível traçar estratégia de estudos. Saiba como

As principais dúvidas que diretores de escolas, coordenadores pedagógicos, professores e estudantes apresentam durante palestras, capacitações ou por meio de redes sociais estão presentes nesta série, que começa a ser publicada neste fim de semana no iG. É um guia para quem quer entender a lógica da diferença entre o Enem e os demais vestibulares e desvendar os segredos para uma prova bem feita e com boa pontuação. Nossos leitores estão convidados a mandar perguntas adicionais para o email desta coluna do iG Educação e a acompanhar os demais textos em que explicarem, e exemplificaremos, o que é cobrado, e como é cobrado cada competência e conteúdo no Enem.

Leia também: Manual orienta candidatos do Enem sobre a redação

O que é o Enem?
O Enem é hoje muito diferente de quando nasceu, em 1998. Pouco mais de 100 mil pessoas realizaram a primeira prova, que tinha como principal função avaliar o ensino médio no Brasil. Agora, além dessa função, incorporou várias outras, como ajudar o aluno a conquistar uma vaga em uma universidade pública, uma bolsa em uma universidade privada, o certificado de conclusão do ensino médio e até mesmo uma bolsa para cursar parte de seus estudos no exterior.


Já são cerca de cinco milhões de pessoas que fazem o Enem todo ano. Em boa parte das universidades do País, o exame passou a ser a única nota avaliada na seleção para as vagas. Já são quase 200 mil vagas distribuídas em universidades públicas, anualmente, só com a nota do Enem, e mais cerca de 300 mil bolsas do Prouni.

O Guia Enem tem a função de orientar os estudos para o que passou a ser o maior vestibular do País, porém, um vestibular diferente dos demais. Saber por que ele é diferente, conhecer bem este modelo de exame e pensar uma estratégia para enfrentar os dias de prova ajudará você a conquistar uma das vagas em universidades que têm como critério as notas no exame ou a conquistar seu certificado de conclusão do ensino médio.

Enem, a lógica da diferença
Diferente dos vestibulares convencionais, que apresentam um conteúdo programático para as provas, o Enem conta com uma matriz de competências e habilidades que precisa ser cobrada/respeitada pelas pessoas que elaboram as questões. Nos vestibulares, os conteúdos programáticos são extensos demais e ‘o céu é o limite’ na hora de um examinador elaborar uma questão. Já a matriz de competências e habilidades do Enem, apesar de também apresentar alguns dos conteúdos de sala de aula, contém menos opções que as exigidas pelos editais dos vestibulares e que estão listadas nos índices dos livros didáticos de ensino médio.

Com uma matriz de 30 competências e 120 habilidades, a prova do Enem é muito mais simples de ser resolvida do que as da maioria dos vestibulares brasileiros. Segue uma tendência mundial, já que, em outros países do mundo (em lugares onde há vestibular), o conteúdo cobrado é menos extenso. Além disso, ela ajuda escolas de ensino médio a reformarem seus currículos, procurando colocar mais ‘Educação’ no lugar de ‘Ensino’.

Há estratégias de estudo para o Enem?
Sim. Com uma estratégia bem feita, o aluno terá uma nota maior no Enem. É preciso estar claro que estudar conteúdo demais não é a melhor opção do ponto de vista do custo/benefício.

Os alunos tendem a estudar mais o que sabem muito bem ou o que não sabem nada. Só dá para saber se esta é a melhor opção depois de estarem claros os seus objetivos. Existem alguns cursos mais difíceis de passar em universidades públicas, como Medicina e Direito, em que o aluno realmente precisa saber quase todo o conteúdo cobrado pelo exame para garantir sua vaga. Mas também há outros cursos, que podem dar ao aluno uma boa carreira, como Biologia, Enfermagem, Psicologia, Pedagogia, entre outros, que exigem uma nota bem menor nas provas. Para esses cursos, é necessário que os alunos saibam bastante para passar, mas não precisam saber tudo.

Então, nossa primeira lição deste guia é que nem tudo que está nos livros didáticos e nas apostilas de cursinhos aparece na prova do Enem. É preciso descobrir o que é cobrado e o que não é cobrado, e isso é bastante simples.

O primeiro passo para quem vai estudar para o Enem é resolver as provas dos anos anteriores – há testes desde 2009, quando o Enem começou a selecionar candidatos para universidades públicas (veja os links abaixo). Resolvê-las é como preparar-se para uma prova esportiva, como MotoCross, em que você precisa saber anteriormente os detalhes do percurso para se sair bem. No Enem também é assim. Como a prova é muito parecida de um ano para o outro, sabendo os detalhes do percurso, você irá melhor do que quem nunca teve contato com a prova.

Baixe as provas:
Prova não aplicada em 2009 - 1 dia
Prova não aplicada em 2009 - 2 dia
Prova não aplicada em 2009 - gabarito
Enem 2009 - 1 dia
Enem 2009 - gabarito do 1º dia
Enem 2009 - 2º dia
Enem 2009 - gabarito do 2º dia
Simulado - Ciências da Natureza
Simulado - Ciências Humanas
Simulado - Linguagens e Códigos
Simulado - Matemática
Enem 2010 - 1º dia
Enem 2010 - 2º dia
Enem 2010 substituto - 1º dia
Enem 2010 substituto - 2º dia
Enem 2011 - 1º dia
Enem 2011 - 2º dia

Como faço a minha estratégia?
Primeiramente, um guia não é um manual. Em um manual há uma só forma de como alcançar um objetivo. Por exemplo, para montar um guarda-roupa, você recebe um manual que indica a única forma de fazer com que ele fique em pé. Em um guia, devemos imaginar que as pessoas preferem, ou sentem-se melhor, seguindo caminhos diferentes para chegar a seus objetivos, considerando até mesmo diferentes objetivos. Se, por exemplo, para o aluno que quer cursar Medicina não há outro caminho além de dominar toda a matriz de competências do exame, para quem quer um curso em que a nota cobrada não é tão alta, este caminho pode ser mais leve, curto e tranquilo. Porém, para os dois, é necessário não pegar atalhos que os façam sair do caminho. Estudar o que o Enem não irá cobrar é realmente desperdício de tempo para quem tem como objetivo conseguir, no menor prazo de tempo, uma boa nota no exame.

Mãos à obra. A primeira coisa a fazer é resolver, sem a ajuda de livros e/ou computadores, amigos e professores, as últimas provas do Enem. Ao resolvê-las, o aluno já começará a se acostumar com o “jeitão” delas.
Resolvi as últimas provas do Enem. E agora, o que eu faço?
Agora que você resolveu as provas, será necessário um pouco de trabalho para ter a clareza do quanto já está preparado para o exame e o que precisa estudar. Confira o gabarito e anote na própria prova as questões que você acertou e as questões que errou. É hora de definir, prova a prova, qual competência pertence cada uma das questões. Você pode fazer isso com a ajuda da matriz de competências do Enem. Vamos trabalhar com a matriz de 2009. Não se preocupe com a matriz de conteúdos que vem anexada ao mesmo documento. Alguns conteúdos que estão ali não devem cair na prova simplesmente porque o examinador tem que obedecer primeiro à matriz de competências, e depois à de conteúdos. Todo conteúdo que não tiver relação com as competências e habilidades cobradas pelo Enem tem probabilidade muito pequena de aparecer na prova.
Como os textos que explicam as competências geralmente são um pouco complicados para quem não é da área da educação, em nosso Guia, cada uma das competências recebe um título que facilita sua compreensão do que será cobrado pelo Enem. Colocamos abaixo uma tabela com os títulos para ajudar na separação das questões de cada competência. É normal que em algumas questões haja dúvida sobre a competência. Neste caso, marque a competência que você considera mais próxima dos textos da matriz.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias

- Competência 1: A Ciência no Dia-a-dia
- Competência 2: Circuitos Elétricos ou Consumo Racional
- Competência 3:  Degradação, Conservação Ambiental e Ciclo da Água
- Competência 4: Genética e Saúde Pública
- Competência 5: As Ciências Naturais na Vida Cotidiana
- Competência 6: Fenômenos Físicos
- Competência 7: Fenômenos Químicos
- Competência 8: Biodiversidade, Ética em Pesquisa e Saúde Pública

Ciências Humanas e suas Tecnologias
- Competência 1: Cultura e Identidade
- Competência 2: Geopolítica
- Competência 3: O Estado e o Direito
- Competência 4: Evolução Tecnológica, Revolução Comportamental
- Competência 5: Cidadania e Democracia
- Competência 6: O que estamos fazendo com a Terra?

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
- Competência 1: Quem Não Se Comunica Se ''Trumbica''
- Competência 2: Língua Estrangeira Moderna
- Competência 3: Linguagem Corporal
- Competência 4: A Arte Expressando Ideias e Emoções
- Competência 5: Literatura
- Competência 6: O Texto, seu Contexto e sua Função
- Competência 7: Opiniões e Pontos de Vista
- Competência 8: Diversidade Linguística
- Competência 9: Tecnologias da Comunicação

Matemática e suas Tecnologias
- Competência 1: A Matemática na Vida dos Povos
- Competência 2: As Formas da Vida, Geometria da Realidade
- Competência 3: Medidas da Realidade
- Competência 4: Variação de Grandeza, Porcentagem e Juros
- Competência 5: Álgebra
- Competência 6: Gráficos e Tabelas
- Competência 7: Estatística

Tudo separado. Já sabemos qual competência o Enem exige em cada questão
Muito bom. Deu bastante trabalho, mas você conseguiu separar de que competência era cada questão. Essa seleção, além da resolução das provas anteriores, já ajudou muito na preparação para o Enem. Agora, certamente, você já está acostumado com o tipo de questão que cai na prova. Se prestar atenção, vai ver que a maioria dos conteúdos, como, por exemplo, média, moda, mediana, metro cúbico, eletricidade básica, radiação, ciclos biogeoquímicos, geração de energia, evolução industrial, uso de mapas, modernismo, entre outros, repetem-se em todas as provas. Também vai notar que muito do que está nos livros de ensino médio e nas apostilas de cursinho não aparece em nenhuma delas, ou aparece muito pouco.
O mesmo acontece com a avaliação de suas capacidades cognitivas e de sua visão ética da sociedade. Reparando bem, você verá que a valorização do meio ambiente sustentável, da democracia, da diversidade cultural e linguística, das conquistas sociais, do uso da ciência em prol da melhoria da qualidade de vida, da defesa do consumidor, das novas tecnologias da informação, da análise de gráfico e tabelas, do entendimento de que mudanças econômicas trazem mudanças comportamentais, do respeito à diversidade linguística, da compreensão que as várias formas de expressão artísticas são representação da identidade dos povos e de que sofrem influências de seu tempo e espaço, entre outras questões, estão em todas as provas do Enem.
Quem passa por este processo, de resolver a prova e depois separar as questões por competências, já ‘navega’ com muito mais facilidade pelo exame. Ele passa a ser conhecido do aluno, e muitas vezes o aluno já olha pra questão e sabe o que o examinador queria avaliar quando elaborou aquela pergunta.

Mas ainda tem mais. Agora é a hora de, em cada prova, você separar o que errou e o que acertou. Faça tabelas de cada prova listando as competências que você errou e as que você acertou. Por exemplo, em Matemática, que tem sete competências cobradas, coloque na tabela quantas você acertou e quantas errou de ‘Gráficos e Tabelas’, de ‘Geometria’, e assim por diante, nas quatro provas.

Atenção: acompanhe nos próximos dias os próximos passos para se preparar para o Enem.

Fonte: Portal Ig

 

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