segunda-feira, 30 de novembro de 2009

DROGAS NA ADOLESCÊNCIA POR FÁTIMA VIANA



CONCEITO: Segundo Aurélio, droga é qualquer substância capaz de modificar a função dos organismos vivos, resultando em mudanças fisiológicas ou de comportamento. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), droga é qualquer produto, lícito ou ilícito, que afeta o funcionamento mental e corporal do indivíduo e que pode causar intoxicação ou dependência.
CLASSIFICAÇÃO:
LÍCITAS - inclui algumas drogas, como o álcool e o tabaco, que embora sejam legalmente vendidos, sua compra ou posse, na maioria dos casos não é permitida ao adolescente. Incluem também o chá e o café e os inalantes, que não são ilegais a não ser no seu propósito de uso para "ficar intoxicado".
ILÍCITAS - inclui substâncias controladas, algumas proibidas para qualquer pessoa como, maconha, cocaína, ácido lisérgico (LSD), plantas alucinógenas e opiáceos, e outras que podem ser adquiridas por prescrição médica, como os tranquilizantes.
Ou ainda, podem classificar-se em :
1) DEPRESSORES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL: álcool; soníferos; inalantes ou solventes; ansiolíticos; opiáceos naturais (morfina, pó de ópio, codeína) sintéticos e semi-sintéticos (heroína, metadona);
2) ESTIMULANTES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL: anfetaminas e cocaína;
3) PERTURBADORES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL: vegetais (mescalina, maconha, psilocibina, trombeteira) e sintéticos (LSD, êxtase, anticolinérgicos)
TIPO DE USUÁRIO: O usuário pode ser recreativo ou dependente. Para o usuário recreativo a droga é procurada como fonte de prazer, enquanto que o dependente usa a droga como meio de fuga de uma realidade e não pode ficar sem ela. A grande maioria dos usuários recreativos nunca será dependente.
DEPENDÊNCIA E TOLERÂNCIA: O termo dependência é usado para se referir a um tipo de comportamento caracterizado pelo abuso e falta de limite entre o sujeito e o objeto de que abusa. Assim, pode haver dependência à cocaína, ao álcool, aos medicamentos, aos alucinógenos, ao fumo, à comida, ao açúcar, ao café, ao jogo, à televisão e mesmo ao trabalho e ao sexo. Porém, tanto do ponto de vista leigo, quanto científico, a noção de falta de limites ou de dependência é influenciada pelo julgamento moral da sociedade. Dessa maneira, o excesso de trabalho é considerado um hábito louvável, a obesidade é considerada gula, o fumo é considerado um mau hábito, o alcoolismo é considerado muito desagradável e a dependência às drogas ilícitas é extremamente condenada. "Dependência: do que estamos falando, afinal?
Em relação a dependência às drogas, ou farmaco-dependências, podemos dizer que:
a) dependência psíquica é o desejo de tomar a droga para sentir a sensação que ela causa;
b) dependência física é a necessidade orgânica de tomar a droga;
c) tolerância, que ocorre na dependência física, é a necessidade orgânica de doses cada vez maiores para o mesmo efeito, pois sistemas enzimáticos do fígado desempenham uma função adaptativa, transformando produtos estranhos ao organismo em substâncias menos ativas7. (Tabela I)
Tabela I - Classificação da droga
GRUPO DROGA
Depressores Morfina
Inalantes
Heroína
Babitúricos
Estimulantes Anfetaminas
Cafeína
Cocaína
GRUPO DROGA
Alucinógenos Maconha
LSD
Mescalina
Outros Álcool
Tacabo

DROGADIÇÃO - UM PROBLEMA MUNDIAL
Está mais sujeito ao uso de drogas a pessoa sem informação adequada sobre os efeitos da droga, com saúde deficiente, insatisfeito com sua qualidade de vida (falta ou excesso), com personalidade deficientemente integrada e ainda com acesso fácil às drogas.
O vício tem início sob quatro aspectos principais: problemas emocionais - 65% ; curiosidade - 20%; exibicionismo ou auto-afirmação - 10%; problemas mentais - 5%. Quatro elementos tem se mostrado protetores: forte ligação com os pais; compromisso escolar; envolvimento regular em atividades religiosas e crença em normas e valores da sociedade.
São considerados fatores de risco: para o abuso de drogas:
1 - Familiares: história familiar positiva de alcoolismo ou uso de drogas; permissividade ou autoritarismo; conflitos familiares
2- Problemas comportamentais: comportamento anti-social; negativismo, baixa adaptabilidade, impulsividade; agressividade, experiência sexual precoce; problemas de falta de atenção.
3 - Fatores escolares: repetência precoce; não realização de tarefas escolares; falta de compromisso com o ensino.
4 - Companheiros usuários de droga
5 - História de abuso sexual.
6 - Fatores sociais: fácil acesso às drogas; tolerância ao álcool e drogas ilícitas; vizinhança desorganizada, deteriorada e superpopulosa
FALTA DE LIMITES NA INFÂNCIA E AS REPERCUSSÕES NA ADOLESCÊNCIA
As crianças e adolescentes precisam de auto-disciplina para enfrentar o mundo moderno, mas também necessitam de auto-confiança, independência e adaptabilidade. Porque alguns pais são bem sucedidos na criação de seus filhos e outros não? Baurind, em 1968, classificou os pais em categorias:
Pais competentes - demonstram confiança em si próprios , como pais e como pessoas. São confortadores e afetuosos mas estabelecem limites e padrões de conduta. Disciplinam os filhos quando esses padrões são rompidos explicando a lógica da disciplina e tendem a não utilizar a força física como punição. Exercem a autoridade sem serem autoritários. Seus filhos tendem a ser maduros, independentes, auto-confiantes e com auto-estima elevada.
Pais autoritários - são os que dizem aos filhos o que fazer sem explicar as razões, estabelecem padrões de conduta rígidos sem levar em conta a necessidade dos filhos, consideram a obediência uma virtude absoluta, quando os padrões são rompidos a punição é insensata e sem explicação, não encorajam discussões. Seus filhos tendem a apresentar baixa auto-estima e independência.
Pais negligentes - são inseguros como educadores, geralmente são afetivos e calorosos mas exercem pouco controle, como se tivessem medo de serem autoritários, organizam a família como uma pseudodemocracia abdicando do poder de decisão e responsabilidade. Seus filhos tendem a ser inseguros, imaturos e dependentes.
Pais ausentes - manifestam rejeição através da ausência de atenção e afeto, privando a criança de limites definidos e do alimento afetivo necessário para o reconhecimento de sua própria existência. Seus filhos tem dificuldades no convívio social e é comum encontrar esse tipo de característica nos adolescentes usuários de drogas.
INDICADORES DO USO DE DROGAS NA ADOLESCÊNCIA
A avaliação de adolescentes que usam drogas é mais complicada devido às múltiplas áreas de comportamento disfuncional encontradas nesta população do que em outras faixas de idade. Podem-se notar sinais ou sintomas:
Físicos: episódios amnésicos, sintomas de abstinência, acidentes freqüentes, reações tóxicas agudas ( vômitos, estado confusional, convulsões, dores abdominais ), preocupação excessiva com a saúde geral.
Escolares: queda do rendimento escolar, aumento do número de faltas, dificuldade de memória e concentração, problemas disciplinares.
Legais: acidentes/multas de trânsito, amigos com história criminal, atividades criminais.
Familiares: conflitos pais / filhos, afastamento das atividades da família, desaparecimento de dinheiro ou objetos da casa.
Laboratoriais: pode-se dosar a droga na urina até um certo tempo após o uso, que varia de acordo com a droga. Assim: cocaína - presente na urina até 8 a 48h. depois; opiáceos - até 84h. depois; maconha - até 7 a 34 dias depois do consumo.
PAPEL DA MÍDIA
Depois do grupo e dos pais, a mídia é o poder mais influente no adolescente, nos dias atuais. O adolescente gasta mais tempo ouvindo rádio ou vendo TV do que fazendo qualquer outra atividade, a não ser dormir.
Televisão: uma criança americana entre os 5 e 17 anos de sua vida gasta, em média, 18.000 h. vendo TV e 12.000 h. na sala de aula; a MTV estima que 50% dos jovens assistem seus programas; Em média a TV nos EUA veicula por ano 14.000 propagandas com referências sexuais, 2.000 com referência à bebidas alcoólicas e 1.000 com assassinatos, estupros e assaltos. No Brasil isso não muda muito.
Rádio: Calcula-se que um adolescente ouça o rádio 18,5 h. durante a semana e 12,8 h. durante o fim de semana.
Fonte: www.brazilpednews.org.br

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